Dois cães da raça pitbull atacaram um gari no início da tarde de terça-feira (29), no bairro Alto Maranhão, em Congonhas. Câmeras de segurança registraram o momento do ataque, ocorrido em via pública, que gerou pânico entre moradores e comerciantes da região.
As imagens mostram o momento em que os animais avançam contra o trabalhador, identificado como Paulo Sérgio Terra, conhecido como "Pulinho", natural de Jeceaba (MG). Ele tenta se defender e corre por socorro, mas é encurralado. Mesmo ferido, conseguiu se abrigar em um restaurante local, onde havia várias pessoas. Socorrido por populares e pela equipe do SAMU, o gari foi encaminhado ao Hospital Bom Jesus com arranhões no braço, corte na perna causado pelas mordidas e ferimento na cabeça em decorrência da queda.
O episódio reacendeu o debate sobre a responsabilidade dos tutores, sobretudo de cães classificados como de guarda ou com potencial agressivo. Especialistas e moradores têm reiterado que a ausência de focinheira e de contenção adequada representa um risco real à integridade de terceiros. O caso se soma a outros já registrados na cidade, como o de um homem que morreu meses atrás após ser atacado por um pitbull em Congonhas.
O Código de Posturas do município, além da legislação estadual, estabelece regras para a condução segura de animais considerados perigosos. Manter cães soltos ou mal contidos pode ser interpretado como negligência grave, passível de implicações legais e danos à vida humana.
Nota de Esclarecimento
Nesta quarta-feira (30), a Prefeitura de Congonhas divulgou nota oficial sobre o ocorrido. Segundo o comunicado, o cão que atacou o trabalhador fugiu, acompanhado de outro da mesma raça, de uma residência na rua Mateus Eduardo Gomes, no bairro Leopoldino Barbosa. A vítima foi socorrida pelo SAMU 24h e levada ao Hospital Bom Jesus, onde recebeu atendimento e alta após sutura realizada pela equipe de cirurgia. A nota destaca que o paciente possuía vacinação contra a raiva em dia, o que contribuiu para a rápida liberação médica.
Ainda conforme a prefeitura, funcionários da empresa Quantum Engenharia, responsável pela limpeza pública da cidade e empregadora do coletor, acionaram a Secretaria de Zeladoria Urbana logo após o ataque. Na manhã seguinte, Corpo de Bombeiros, Diretoria de Vigilância em Saúde e a Gerência de Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais realizaram vistoria técnica na residência da tutora dos cães.
Durante a inspeção, as autoridades constataram que a vacinação contra raiva dos animais estava vencida. Diante disso, determinaram que o cão agressor fosse levado ao PSF Joaquim Murtinho no dia 24 de maio para vacinação, com exigência de reaplicação anual. Também foi orientado que o animal fosse mantido preso por dez dias, recebendo alimentação e hidratação normalmente, e que qualquer alteração comportamental fosse imediatamente comunicada ao Setor de Zoonoses.
Por não ser castrado, o cão foi cadastrado para futura castração pela Unidade de Vigilância de Zoonoses, com acompanhamento da Secretaria de Saúde. A tutora dos animais foi ainda instruída a reparar imediatamente o portão por onde os cães escaparam, a fim de evitar novos incidentes.
Casos como este reforçam a necessidade de fiscalização mais efetiva, conscientização da população e cumprimento rigoroso da legislação vigente. A segurança pública passa também pelo cuidado e controle responsável dos animais domésticos.