O itabiritense Marco Túlio Nolasco Aganetti, de 25 anos, foi homenageado em duas ocasiões na Europa por sua atuação na preservação da língua cimbra, um idioma de origem germânica falado por uma minoria étnica nos Alpes Italianos.
Bacharel em piano pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Marco Túlio atua como professor de idiomas, tradutor literário e músico do Coral Canarinhos. Segundo ele relatou à imprensa local, sua dedicação ao cimbro foi motivada por laços familiares e pelo desejo de manter viva uma tradição em risco de desaparecimento.
A primeira homenagem ocorreu na província de Verona, na Itália, terra natal de seu trisavô. Lá, Marco Túlio recebeu uma comenda das mãos do prefeito da cidade, em reconhecimento ao trabalho de preservação da cultura local e ao vínculo histórico com a região.
A segunda distinção foi concedida em Landshut, na Alemanha. Na ocasião, ele foi nomeado membro honorário da Sociedade Cimbra da Baviera, tornando-se o mais jovem da história a integrar o grupo. O título foi atribuído pelo fato de Marco Túlio ser atualmente o único falante da língua cimbra fora da Europa — e o mais jovem do mundo a dominar o idioma.
Estima-se que menos de 500 pessoas ainda falem cimbro no mundo. A língua é mantida por pequenas comunidades nas províncias italianas de Verona, Vicenza e Trento. Seu uso vem sendo ameaçado pelo avanço de idiomas majoritários e pela diminuição do número de falantes nativos.
Durante sua estadia na Europa, Marco Túlio também se apresentou como pianista em dois concertos dedicados exclusivamente à música brasileira. O repertório incluiu obras de compositores como Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Alberto Nepomuceno e Tom Jobim.
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