Mestre de Torras Rafaela Rodrigues fala sobre o Dia Internacional do Café


Celebrando o Dia Internacional do Café: Uma Paixão Que Une Culturas e Histórias

No dia 1º de outubro, o mundo inteiro se reúne em torno de uma paixão comum: o café. Mais do que uma simples bebida, o café representa um elo cultural, social e econômico que atravessa fronteiras e aproxima pessoas. No Brasil, o grão é uma parte fundamental da história e da identidade nacional, cultivado com orgulho desde o século XVIII.

Hoje, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo, consolidando-se como referência de qualidade e diversidade no mercado global. O Dia Internacional do Café não é apenas uma oportunidade para saborear um bom cafezinho, mas também para reconhecer o papel essencial que o cultivo de café desempenha na vida de milhões de famílias brasileiras, especialmente em estados como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Cada xícara de café carrega o trabalho árduo de pequenos e grandes produtores, que enfrentam desafios como oscilações de preços e mudanças climáticas, mas que continuam a oferecer o melhor que a terra pode produzir. O Brasil tem avançado em práticas agrícolas mais sustentáveis, visando a qualidade e a preservação dos recursos naturais.

O café brasileiro, símbolo de tradição e inovação, conquista paladares ao redor do mundo e reforça sua importância no cenário econômico do país. Ele gera milhares de empregos, movimentando uma cadeia produtiva que inclui desde o cultivo até a exportação. Essa vasta rede envolve pequenos e grandes produtores, colhedores, processadores, transportadores e profissionais de comercialização, sustentando inúmeras famílias em comunidades rurais.

Neste contexto, conversamos com Rafaela Rodrigues, Mestre de Torras e Barista de Ouro Branco, para entender mais sobre sua relação com o café e o que faz dessa bebida uma verdadeira arte.

Qual é a sua história com o café? Como você se tornou uma mestre de torra? 

Hoje, nós não estamos apenas falando sobre café, estamos falando sobre histórias. Minha história com o café especial começou em Belo Horizonte, onde tive a oportunidade de aprender, evoluir e mergulhar no universo do café. Mas foi quando voltei para minha cidade natal, após uma verdadeira mudança inesperada na minha vida — a minha gravidez — que a Minha Torra realmente nasceu.

O que era um projeto pessoal, uma forma de manter viva minha paixão pelo café especial, se tornou uma missão. Minha missão? Valorizar os pequenos produtores, especialmente as mulheres que estão na base dessa cadeia produtiva. Na Minha Torra, eu trabalho diretamente com esses produtores, e muitos deles são mulheres que dedicam suas vidas a cuidar de cada etapa do cultivo e colheita dos grãos.

Cada xícara que vocês experimentam é fruto de um trabalho intenso, de uma dedicação sincera, e, acima de tudo, de uma conexão profunda com a origem do café. Eu faço questão de estar presente em cada etapa do processo de torra, garantindo que o café que vocês consomem seja muito mais do que uma simples bebida – ele é o resultado de histórias, de sonhos e de um propósito: transformar o comum em extraordinário.

O que você acha que torna o café brasileiro especial em comparação com outros países produtores? 

O que torna o café especial brasileiro incomparável são os fatores que vão além do grão. É a dedicação, o amor e o conhecimento aplicados em cada etapa da produção. Temos o clima perfeito, solos ricos e uma mão de obra apaixonada que transforma a colheita em arte. Cada produtor tem uma história, um cuidado que reflete no sabor do café. É essa harmonia entre tradição e inovação que faz nosso café se destacar globalmente. Infelizmente, enfrentamos desafios como o desequilíbrio ambiental, que afeta nossa lavoura, mas a paixão dos profissionais do setor é o que ainda nos permite levar qualidade ao mundo.

Qual é a sua bebida de café favorita e por quê? 

Eu sou fã do café filtrado! Há algo mágico em como esse método realça a acidez e a doçura, tornando a bebida irresistível. E quando harmonizo esse café com quitutes mineiros, a experiência se torna ainda mais especial. Para mim, um bom café deve ter acidez e doçura, além de um corpo encorpado e uma finalização suave. Essa combinação é o que me faz apaixonar ainda mais pelo meu trabalho e pelo café.

O que você acha que faz um bom café? 

Um bom café é aquele que encanta os sentidos. Para mim, ele precisa ter uma acidez vibrante, que sempre vem acompanhada de doçura, e uma textura encorpada que o torne inesquecível. A finalização é fundamental: um bom café deve deixar uma sensação agradável na boca.

Você tem alguma dica para iniciantes que estão começando a explorar o mundo do café? 

Para os iniciantes, a dica é simples: comece a explorar! Deguste diferentes tipos de cafés especiais e compare-os com os cafés de gôndola do supermercado. A diferença de sabor e aroma será surpreendente. E não se esqueça de estudar sobre cada café que você comprar: descubra sua origem, o processo de beneficiamento e a torra. Essa curiosidade não só enriquecerá sua experiência, mas também guiará sua jornada no mundo do café. Lembre-se: esse é um caminho sem volta, e a cada xícara, você se tornará mais apaixonada!

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