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Escrito por: Ana Luisa Lobo
É com profunda tristeza que o mundo do cinema e do teatro se despede de Maggie Smith, uma das mais veneradas atrizes britânicas, que faleceu aos 89 anos nesta sexta-feira, 27 de setembro. Sua morte foi confirmada pelos filhos, Toby Stephens e Chris Larkin, que compartilharam a notícia de que ela "morreu pacificamente no hospital, cercada por amigos e familiares". Esta notável artista deixou um legado que transcende gerações, conquistando os corações de milhões com seu talento inigualável.
Maggie Smith nasceu em 28 de dezembro de 1934, em Ilford, Essex, e desde jovem demonstrou um brilho especial para a atuação. Sua carreira começou nos palcos do National Theatre e da Royal Shakespeare Company, onde se destacou em diversas produções, levando os críticos a considerá-la uma força da natureza nas artes cênicas. Ao longo de sua trajetória, ela acumulou prêmios notáveis, incluindo dois Oscars: um por sua performance em "A Primavera de uma Solteirona" (1969) e outro como Atriz Coadjuvante em "Califórnia Suite" (1978). Além disso, ganhou cinco BAFTAs, quatro Emmys e um Tony, refletindo sua versatilidade e excelência.
Seus papéis icônicos, como a professora Minerva McGonagall na série "Harry Potter" e a perspicaz condessa viúva de Grantham, Lady Violet Crawley, em "Downton Abbey", solidificaram seu status como uma verdadeira lenda. Na série, sua interpretação mordaz e cômica da aristocrata encantou espectadores ao redor do mundo, fazendo dela uma celebridade global. “Eu vivia uma vida perfeitamente normal antes de 'Downton Abbey'”, refletiu em 2017, revelando como a fama a afetou.
Maggie Smith não era apenas uma atriz; ela era uma artista que trazia profundidade e nuance a cada personagem que interpretava. Sua habilidade de capturar a essência humana, mesmo em papéis mais excêntricos, como a madre superiora em "Mudança de Hábito" (1992), a transformou em uma presença inesquecível nas telas e palcos. Mesmo com os desafios pessoais, incluindo um divórcio complicado e uma batalha contra o câncer, sua resiliência era admirável. Durante o tratamento, ela continuou a trabalhar, filmando "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" com uma peruca, mostrando sua determinação e amor pela arte.
Nascida Margaret Smith, ela era conhecida por seu senso de humor e suas opiniões francas. "É verdade que eu não tolero imbecis", disse uma vez, refletindo sua busca pela perfeição em sua atuação. Essa insistência na qualidade se refletiu em seu trabalho, que continua a influenciar novos talentos no teatro e no cinema.
A vida pessoal de Maggie foi marcada por altos e baixos. Seu casamento com o ator Robert Stephens terminou em 1975, mas ela encontrou nova felicidade com o dramaturgo Beverley Cross, com quem compartilhou sua vida até sua morte em 1998. Sua família, incluindo dois filhos e cinco netos, sempre foi uma parte fundamental de sua vida, e seus filhos expressaram a dor de perder uma mãe tão extraordinária.
Maggie Smith deixou um legado duradouro, não apenas por seus prêmios e papéis memoráveis, mas pela forma como tocou a vida das pessoas ao seu redor. Sua contribuição para as artes foi reconhecida com honrarias, como a nomeação como Comandante da Ordem do Império Britânico em 1990 e Companheira de Honra em 2014.
Neste momento de despedida, lembramos de Maggie Smith como uma verdadeira dama das artes, cuja presença iluminou os palcos e as telas. Sua voz, suas risadas e suas performances ficarão eternamente gravadas em nossas memórias. Descanse em paz, Maggie; seu brilho nunca será esquecido.